terça-feira, 29 de maio de 2012

Três anos

Vivemos há três anos com uma ervilha na nossa vida: a Epidermólise Bolhosa. Por muito que nos esforcemos para que a Diana tenha uma vida normal, para tratá-la como a criança normal de três anos que é, que adora brincar, saltar, correr e dançar como todas as outras, fica sempre a marca visível de que se calhar não devíamos ter deixado fazer isto ou aquilo. No dia que fez três anos, teve direito a festinha com os primos e tios, a ida ao escorrega, a gelado, a saltar, a brincar, a soprar as velas mais do que uma vez, a vestir roupas novas, a Barbies e a bebés chorões, a balões e a ser feliz, como manda a idade que tem. O que eu mais queria era não ter que olhar para os joelhos, não ter que lhe rebentar bolhas, não ter que fazer a minha filha chorar de cada vez que tenho de lhe mudar os pensos, de não ter de ver o sangue a escorrer quando cai na relva, de não ter de lhe explicar porque é que as unhas dela são diferentes das minhas ou das crianças da sua idade, de não ter de lhe dar medicamentos para a obstipação, de não ter de a proteger contra o sol, contra o vento, contra a relva, contra almofadas. Gostava tanto que não houvesse este filme de terror diario na nossa casa ao qual chamamos ervilha, EB, Epidermólise Bolhosa.

domingo, 6 de maio de 2012

A primeira figura humana

Na quinta feira a Diana fez este desenho. Começou por ser a mãe mas no fim já era a Diana. Começou pela cabeça, olhos, boca... No inicio fiquei muito impressionada com o desenho e a sua preocupação com o cabelo... Até lhe perguntar o que eram os círculos em baixo à espera que dissesse que eram os pés. "São os dói-dois, mamã" disse como se fosse obvio. O meu coração encolheu um bocadinho, mas a minha filha continuou alegremente a desenhar noutra folha.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Os primeiros livros preferidos da princesa

Aqui há umas semanas atrás fui à arrecadação buscar os livros de criança que os meus pais guardaram, os meus e os do meu irmão, fiz duas pilhas e entreguei cada uma  a cada um dos meus filhos. Nesta última semana a Diana tem-me pedido constantemente que lhe leia os livros da Rita que eram meus e cuja edição portuguesa data de 1977. A Rita é uma menina que vive com o irmão mais velho, o Miguel, e a irmã bebé, a Elisa e tem um ouriço vivo, o Artur. Andei à procura na internet, e não encontrei muita informação em português, no original francês de Domitille de Pressensé a série conta as histórias da menina Émilie. Os desenhos e as histórias são muito simples. A Diana adora a Rita e o Guarda-Chuva. Entre outras coisas este livro ensina que a nossa percepção das coisas nem sempre corresponde à coisa em si. E já agora, existe uma app da Émilie que a Diana adora explorar. "Mãe? Contas a Rita? Contas?"