segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Semana Internacional de Sensibilização EB -Eventos - parte dois


Hoje pelas 17h00 apareçam no CNO Gustave Eiffel da Amadora. Vai haver um Chá das Cinco Solidário "As Nossas Borboletas". O conceito é simples, trata-se de um chá de convívio com bolos, cupcakes, doces, chás, cafés e sumos. No final apenas é solicitado que as pessoas contribuam com aquilo que pagariam se fossem tomar o lanche ou chá numa Pastelaria. Nós vamos lá estar com a minha Borboleta Diana. Apareçam!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Semana Internacional de Sensibilização EB - Eventos - parte 1


Este fim de semana recomendo a deslocação até à Lourinhã. A Patrícia Anacleto (tia de uma bebé com EB) organizou uma "Feirinha das Borboletas" que irá funcionar no sábado e domingo. Haverá Quermesse, pinturas faciais, venda de doces, venda de bijutaria, artesanato, Teatro e ainda demonstração de danças.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Semana Internacional EB - 2º Post - Acções de Sensibilização



Esta semana estou a fazer acções de sensibilização sobre a EB no meu local de trabalho. Achei que o melhor para estas sessões seria mostrar o filme de divulgação da DEBRA Portugal e depois falar um pouco sobre o caso da Diana. Foi dificil. Não consigo falar da Diana sem me virem as lágrimas aos olhos nem ficar com um nó na garganta. Mas depois optei por me colocar à disposição das pessoas se quisessem fazer perguntas, e aí foi um pouco mais fácil falar da doença. Enfim, espero que nas próximas o meu "calo" esteja mais apurado.

De qualquer modo dica aqui o filme: a Diana aparece no fim.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

25 a 31 de Outubro: Semana Internacional EB

Está aí a Semana Internacional de Consciencialização para a EB. À semelhança do ano passado tenciono actualizar o blogue todos os dias.
Hoje fui à procura de imagens de borboletas e encontrei esta: um coração cheio de borboletas. É assim que tem de estar o nosso, não só esta semana como todos os dias do ano. Lembrarmo-nos de que todos os dias são bons para festejarmos os nossos filhos, cuja pele é feita de asas de borboletas.
A minha filha é a minha heroina. Todos os dias convive com dores insuportáveis e ainda assim é uma criança alegre, brincalhona, solidária e corajosa!
A DEBRA tem uma série de iniciativas a decorrer esta semana, visite a página web da associação para ficar a conhecer melhor esta doença e o que pode fazer para ajudar a associação.

IN ENGLISH: International Epidermolysis Bullosa Awareness Week started today. Like last year, I intend to publish posts daily this week.
Today I browsed the web looking for Butterfly pictures and found this one: a heart made from butterflies. This is how I feel our heart should be everyday and not only on EB Awareness week. We should always remember that each day we should celebrate our children whose skin is as fragile as butterfly wings.
My daughter is my hero. Everyday she is in pain but that doens't stop her from being happy, fun, loving and brave!
DEBRA International is sponsoring a series of events this week so why don't you visit the International DEBRA website to find out how you can help your local DEBRA organization!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Epidermólise Bolhosa Distrófica Recessiva (RDEB)

Na passada semana ficamos a saber que a Diana tem a variante Recessiva da Epidermólise Bolhosa Distrófica, sendo classificada como RDEB – other.



A Epidermólise Bolhosa Distrófica é um dos tipos principais de EB. Os sinais e sintomas desta variante da doença variam muito de indivíduo para indivíduo. Nos casos mais leves, as bolhas e feridas afectam sobretudo as mãos, pés, joelhos e cotovelos. Nos casos mais severos, há feridas e bolhas em todo o corpo que podem levar à perda de visão, desfiguração e outros problemas médicos mais sérios.



Os investigadores classificam a Epidermólise Bolhosa Distrófica (DEB) em três tipos principais. Embora os tipos variem em severidade, as suas características sobrepõem-se significativamente e são causados pelo mesmo gene. O tipo Dominante frequentemente diz respeito a sintomas e sinais mais leves, com as bolhas limitadas às mãos, pés, joelhos e cotovelos. Sendo que nos casos mais leves existe apenas malformação das unhas, como no caso do meu marido.



O tipo mais severo e clássico desta doença designa-se de epidermólise bolhosa recessiva tipo Hallopeau-Siemens. As crianças afectadas nascem com feridas no corpo todo incluindo frequentemente áreas do corpo onde não existe pele devido ao trauma do nascimento. Frequentemente as bolhas ocorrem no corpo todo e afectam as membranas mucosas, sobretudo na boca e esófago. A cicatrização da boca e esófago podem levar a que seja difícil mastigar e engolir comida, levando à subnutrição e consequente atraso no crescimento. Outras complicações prendem-se com a fusão de pele dos dedos, perda de unhas, deformações das articulações que podem restringir os movimentos, inflamação ocular que pode levar a perda de visão. Para além disso, jovens adultos com estaforma de EB têm um elevado risco de desenvolverem um tipo de cancro de pele (carcinoma) que é invulgarmente agressivo e frequentemente põe a vida dos pacientes em risco.



Um outro tipo de epidermólise bolhosa recessiva é conhecida como tipo non-Hallopeau Siemens. Esta forma da doença poderá ser menos severa e inclui um vasto espectro de subtipos. As bolhas ocorrem nas mãos, pés, joelhos e cotovelos mas também podem ser mais generalizadas em casos mais severos. Os doentes frequentemente têm malformações nas unhas. Este tipo acarreta feridas e cicatrizes nos sitos onde ocorrem as bolhas mas poderá não causar as características mais severas do tipo clássico.

Os três tipos de DEB são causados por mutações no gene COL7A1. Este gene fornece instruções para a proteína que é usada para o colagénio tipo 7. Colagéniso são moléculas que dão estrutura e força às membranas de ligação, como a pele, tendões e ligamentos no corpo todo. O colagénio tipo 7 desempenha um papel importante no fortalecimento e estabilização da pele. É o componente principal das estruturas que fazem ancoragem da pele.

No caso da DEB recessiva ambas as cópias do gene COL7A1 têm mutações. Frequentemente, os pais de um indivíduo com esta forma de doença têm uma cópia da mutação do gene, mas não têm sintomas nem sinais da doença. Foi o nosso caso, ambos temos mutações no gene que transmitimos à Diana.
http://www.eurogentest.org/patient/leaflet/portuguese/recessive_inheritance.xhtml

terça-feira, 18 de outubro de 2011

"O que interessa é ter saúde!"

Pensei muito antes de escrever este post. Queria fazer um post positivo sobre as últimas semanas mas chego aqui sem saber muito bem como começar este post. Quem quiser ler um post positivo e alegre que leia outra coisa!

Quem já leu este blog sabe que quando a minha filha nasceu, apareceram quase imediatamente umas bolhas nos pés e algumas borbulhas brancas nas mãos. A princípio não liguei muito pois pensei que fosse alguma reacção alérgica aos cremes. O Pediatra pensou o mesmo, pelo que fomos tentando alguns cremes diferentes. Foi só aos seis meses de idade que ouvi falar de Epidermólise Bolhosa. O que descobri online deixou-me completamente angustiada, horrorizada. Mas este post não é sobre essa história… aliás poderão lê-la noutros textos deste mesmo espaço.

Desde o primeiro momento em que ouvi falar disto, em que pesquisei isto, em que tomei conhecimento de outros casos, é cada vez mais difícil manter uma cara feliz e indiferente perante os outros. Vamos de diagnóstico em diagnóstico com algumas incertezas, até à incerteza acabar, e um dia parece-nos que a esperança morre, a luz do fundo do túnel se apaga em definitivo.

Desde o inicio da aventura, todos os bem intencionados nos têm dito que o caso da Diana não é preocupante, não é dos mais graves, não há necessidade de preocupação maior… E assim temos vindo de diagnóstico em diagnóstico, de consulta em consulta: Talvez seja Epidermólise Bolhosa Simples, talvez Epidermólise Bolhosa Distrófica Dominante, talvez… talvez… nada de preocupante… mas sempre cá no fundo e após ler e ler e ler… ficava com a sensação estranha de “Ok, mas a minha filha também tem este sintoma, e mais este, e este?? Será que ninguém me liga?”Foi apenas no encontro da Raríssimas que soube a resposta… pela boca de um geneticista do Hospital Dona Estefânia: É uma doença com uma multiplicidade de sintomas e configurações tal que é altamente improvável que a maior parte dos clínicos, ainda que especialistas, se confrontem com casos destes. Sendo também pouco provável a semelhança entre os casos. E é assim que é possível recebermos os resultados dos testes de ADN: Epidermólise Bolhosa Distrófica RECESSIVA. Tanto eu como o meu marido somos portadores de alterações ao gene COL7A1. Isso mesmo ficamos a saber na segunda-feira passada.

O chão fugiu-me dos pés… basta ler um pouco sobre esta variante da doença para efectivamente a reacção não ser a melhor…. Mesmo enquanto escrevo isto, tenho um nó na garganta e só me apetece mesmo revoltar-me contra todo e todos! Mas este post também não é sobre o que está bem ou mal na saúde… Esta doença está a deixar-me cansada, farta de tudo e de todos! E já me ensinou muito… ensinou-me que os diagnósticos não são definitivos… mas também me ensinou que só podemos caminhar nos nossos próprios sapatos e que a caminhada é tantas vezes solitária.

Todas as pessoas são bem intencionadas. Mas não querem chatices… por isso, se alguém nos pergunta como estamos, a resposta que todos querem ouvir é: Bem, Obrigado! Durante muito tempo, acreditei que os mais próximos poderiam acompanhar-nos nestas viagens difíceis, mas o que já aprendi é que ninguém está disponível para nos ouvir. Mesmo que queiram ouvir, isso apenas serve para um dia mais tarde nos atirarem os seus preconceitos devolvidos em jeito de projecção catastrófica: “Precisas de te tratar!” “O que interessa é ter saúde!” “Problemas tem o meu pai!” “Devias ir a um psiquiatra!”

Entretanto, para não ser mal interpretada, é preciso esclarecer: “Sou uma pessoa feliz, tenho o melhor marido do mundo e os filhos mais carinhosos! Sou profissionalmente realizada! Vivi onde sempre quis, fiz e tive sempre aquilo que quis!” Mas o que realmente interessa não é termos saúde, o que realmente interessa é lutarmos para que os nossos filhos tenham uma vida melhor do que a nossa, no caso da minha filha é minorar substancialmente as dores que ela acha que são normais, vigiar cuidadosamente as feridas, verificar não há feridas internas, dar-lhe todos os dias carinho como se fosse o último. E desculpem, mas não vou dizer que “estou bem, obrigado!” quando não estou. Não vou fingir… se quiserem que alguém finja, vão ao circo ou ao teatro ou ao cinema, porque aqui, lamentavelmente não vamos fingir! Problemas tem o teu pai? O teu pai nunca teve de se preocupar com uma doença crónica dos filhos, com uma doença que a qualquer momento pode matar um filho, com uma doença visível e alvo dos preconceitos e ignorância de todos, com uma doença que nos leva mais de 40% do orçamento familiar em tratamentos, com uma doença da qual o Serviço Nacional de Saúde nada quer saber. E isto não são problemas… são apenas desabafos, se não estás com disponibilidade para ouvir, afasta-te porque eu não estou com disponibilidade para me calar! Não vou esperar em silêncio nem sentada! Vou barafustar e agir para que todos os que têm EB possam ter uma vida melhor (incluindo a Diana)! E tenho muita pena de ti, que não quiseste fazer este caminho comigo, podias ter descoberto que a vida não é só andarmos aqui a falar mal uns dos outros enquanto dá o futebol na TV!